A Síndrome dos Ovários Policísticos é um distúrbio do eixo neuroendócrino reprodutor que altera a forma dos ovários e gera aumento da produção de androgênios. Tem prevalência de 6 a 12% da população feminina.
Pela anovulação crônica e o aumento da produção hormonal pela obesidade há maior risco de câncer de endométrio nestas pacientes. Desta forma, os contraceptivos hormonais são indicados para regularizar os ciclos e reduzir estes efeitos.
ACO combinados(Estrógenos + Progesterona):
Usados em pacientes com anovulação crônica. O Estrogênio reduz a quantidade de hormônios masculinos, diminui a fração livre e ativa dos androgênios e diminui a conversão de estrógenos(hormônios femininos) em andrógenos(hormônios masculinos).
A progesterona reduz a produção dos hormônios que estimulam os ovários, causando um chamado “repouso gonadal”. Este é essencial para a regularização dos ciclos.
A alteração do perfil lipídico deve ser levada em consideração. Vale lembrar que os estrógenos aumentam o risco de trombose e devem ser usados com cautela em mulheres com presença de fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Além disso, alteração do metabolismo dos carboidratos ocorre em cerca de 70% das mulheres. Portanto é essencial que haja controle metabólico para reduzir a evolução para diabetes e o risco de doenças cardiovasculares.
Na presença de história prévia de trombose e hipertensão arterial a paciente deve utilizar pílulas de progesterona, com bastante cautela.
Um período de uso de contraceptivos(geralmente 6 meses) associado à redução de peso é a forma de regularizar os ciclos em pacientes que apresentam desejo de engravidar.
Fontes:
Júnior, José; Baracat, Edmund; O emprego dos contraceptivos orais combinados na síndrome dos ovários policísticos. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Novembro 2010. Volume 32. Número 11.
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